Lúpus é uma doença crônica, que acomete principalmente mulheres jovens.

A mulher com lúpus pode engravidar, mas a gestação é considerada de alto risco. Isso significa que a gestação deve ser acompanhada de perto pelo reumatologista e pelo obstetra.

Além disso, para que haja maior segurança para a gestante e o bebê, antes de engravidar, a doença deve estar controlada há pelo menos 6 meses. O ideal é que a paciente comunique o desejo de engravidar para o reumatologista, assim ele poderá programar o uso das medicações permitidas na gestação.

Na maior parte dos casos, as mulheres com lúpus dão à luz a crianças saudáveis, mas podem ocorrer complicações como pré-eclâmpsia, nascimento prematuro ou, até mesmo, acontecer um aborto. Segundo uma pesquisa em um grande centro em Nova York, 80% das lúpicas tiveram gestações normais e apenas 20% tiveram alguma complicação. 

Em alguns casos, pode ocorrer o desenvolvimento de um bloqueio cardíaco, o que leva o coração do bebê a bater mais devagar. Esse tipo de problema está relacionado à presença de um anticorpo no sangue da mãe (anti-Ro), que consegue passar a placenta e afetar o coração do bebê. Apesar disso, a maioria dos bebês filhos de mulheres com esse anticorpo não tem nenhuma complicação. Esse mesmo anticorpo também pode causar uma situação chamada lúpus  neonatal, em que o bebê nasce ou desenvolve manchas na pele. Essas manchas são temporárias e a criança não desenvolve lúpus depois.

É necessário lembrar que, após o parto, deve-se continuar o acompanhamento regular para que os médicos possam programar os remédios que serão usados durante a amamentação.

Em resumo, apesar de considerada uma gestação de alto risco, a mulher com lúpus que deseja engravidar, com planejamento e acompanhamento médico adequado, consegue sucesso na maioria dos casos.

 

Referências

1.  http://veja.abril.com.br/saude/gravidez-e-lupus-pesquisa-da-esperanca-para-algumas-mulheres/
2. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27377453

Dra. Camilla Natal De Gaspari